gastronomia

quarta-feira, 1 de abril de 2015

AS FRUTAS DO OUTONO

Estação conhecida por temperaturas amenas e troca das folhas das árvores, o outono também é a melhor época para o desenvolvimento das frutas. É nesse período que elas são mais variadas e ficam mais baratas. Veja algumas frutas da estação:

Goiaba

A cor avermelhada da goiaba denuncia seu alto teor de licopeno, nutriente que muitos acreditam existir apenas no tomate. "Pertencente à família dos carotenoides, a substância tem alto poder antioxidante, sendo destaque quando se fala em prevenção do câncer de próstata", explica a nutricionista Thatyana Freitas, da clínica Stesis, em São Paulo. Prefira comer a fruta com a casca, que contém pectina, fibra que promove a saciedade, diminuindo os picos de insulina no sangue, uma vez que ela faz com que a glicose seja absorvida mais lentamente. A vitamina que ganha destaque, neste caso, é a vitamina C. Um pedaço de 100 g da fruta oferecem 68 calorias.

Pinha

A pinha é fonte de gordura mono e poli-insaturada, consideradas boas, já que diminuem os níveis de colesterol LDL no organismo. Por conter vitamina C, é incentivado o consumo da fruta com alimentos ricos em ferro, já que o nutriente favorece a absorção do mineral pelo organismo. Outros nutrientes nela encontrados são selênio, que atua no fortalecimento do sistema imunológico, e o zinco, que combate radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce e o desenvolvimento de doenças degenerativas. "Apenas não exagere no consumo, pois a fruta apresenta índice glicêmico médio, termo que indica a rapidez com que o alimento eleva os níveis de açúcar no sangue", alerta o nutrólogo Roberto. Consequentemente, o organismo sofre com picos de insulina e logo fica com fome. Tome cuidado ainda com as calorias. Uma porção de 100 g da fruta contém 101 calorias.

Maracujá

Além de ser fonte de vitamina C, o maracujá apresenta grande quantidade de fibras em sua casca. O problema é que ela geralmente é desprezada no consumo in natura ou como suco. Para aproveitá-la, o nutrólogo Roberto sugere higienizar a fruta, separar a casca até que ela fique bem seca e depois moê-la. "Os pedacinhos podem ser usados nas refeições para aumentar a saciedade", aponta. Neste sentido, o poder da fruta é tão grande que alguns lugares fornecem a farinha de maracujá pronta. Vale acrescentar ainda que substâncias presentes na fruta promovem efeito calmante no consumidor. Em relação às calorias, 100 g da fruta oferecem 68 calorias.

Caqui

"Outra fonte de licopeno, o caqui apresenta índice glicêmico relativamente alto, o que pode ser perigoso para quem deseja emagrecer ou tem diabetes", aponta a nutricionista Thatyana. Para aproveitar as vitaminas C e E presentes na fruta, recomenda-se a ingestão in natura ou imediata após o preparo de um suco. O caqui também contém fibras, que ajudam a regular o funcionamento do intestino. Uma porção de 100 g de caqui contém 71 calorias.

Abacate

O abacate contém gordura monoinsaturada, a mesma encontrada no azeite e apontada como benéfica para a saúde cardiovascular. Ele também é fonte de zinco, selênio e vitamina E, que combate radicais livres. O grande destaque da fruta, entretanto, é o antioxidante glutatinona, que protege as células contra a oxidação. "Embora seja produzido pelo organismo por meio de reações bioquímicas, o nutriente pronto é encontrado exclusivamente no abacate", explica o nutrólogo Navarro. O único alerta se dá em relação às calorias do abacate. 100 g da fruta contém 160 calorias. Para cultivar uma dieta balanceada, é necessário maneirar no consumo.

Figo

Com a ressalva do alto índice glicêmico, o figo é um alimento nutricionalmente importante para a dieta. Além de ser fonte de zinco e fibras, ele contém uma substância chamada antocianidina, responsável por sua coloração arroxeada. A antocianidina é um forte antioxidante, que atua tanto na estética, evitando a queda de cabelo e fortalecendo as unhas, quanto na saúde, neutralizando radicais livres, que podem favorecer o combate de doenças crônicas como o diabetes. Uma porção de 100 g de figo oferecem 136 caloras.

Melão

Composto praticamente de água, o melão atua como um ótimo diurético graças à presença de potássio, que compete com o sódio no equilíbrio hídrico do corpo, diminuindo a pressão arterial. "Desta maneira, ele estimula o funcionamento renal", explica a nutricionista Roseli Rossi, da clínica Equilíbrio Nutricional, em São Paulo. A fruta ainda é composta de magnésio, que previne infecções, e caroteno, precursor da vitamina A, que favorece a integridade da visão. Um pedaço de 100 g de melão contém 36 calorias.

Tangerina

"A vitamina C, que previne e atenua os sintomas da gripe e do resfriado, além de combater o estresse, é o principal destaque da tangerina", aponta a nutricionista Tatiana Branco Barroso, da Nutri Action Assessoria e Consultoria Nutricional, em Santos. Ela recomenda não dispensar o bagaço, que é excelente fonte de fibras. A cor alaranjada da fruta mostra ainda que ela oferece o precursor da vitamina A, o caroteno. Quando o assunto são calorias, é bom levar em conta que 100 g de tangerina oferecem 53 calorias.

Uva

O nutriente mais significativo da uva é o resveratrol, potente antioxidante. Ele retarda o envelhecimento, diminui o risco de doenças cardiovasculares e até previne doenças como o Alzheimer. Para obtê-lo, entretanto, o ideal é ingerir a casca da uva, onde ele se encontra em maior concentração. Quanto às calorias, 100 g de uva contém 69 calorias.


Coco

O coco é fonte de gordura monoinsaturada e um tipo de gordura chamado triglicerídio de cadeira média, que foi o nutriente responsável pelo grande sucesso do óleo de coco. "Ao contrário das outras gorduras que ingerimos que, se não usadas para gerar energia, são estocadas como fonte reserva, essa gordura não é acumulada no corpo", explica o nutrólogo Roberto. Se não for utilizada, portanto, ela é eliminada, evitando, assim, o aumento da gordura corporal. Outros nutrientes importantes da fruta são potássio e magnésio. Só não abuse, pois o coco não é inocente quando o assunto são calorias. Uma porção de 100g oferecem 354 calorias.

Tubérculos: o que são e pra que servem?

Quando falamos sobre tubérculos, imagino que vem à mente de todos a famosa batata, afinal, ela é conhecida de todos, combina com quase tudo e é de fácil preparo. Entretanto, outros ingredientes dessa família merecem fazer parte do seu hábito alimentar e você verá o por quê!

Primeiramente, vamos entender no que consiste um tubérculo. Ele é a parte grossa de um caule que cresce debaixo da terra e se comporta como um "órgão" de reserva de energia. Ou seja, eles são boas fontes de carboidratos, que sempre deve fazer parte da alimentação diária por ser a principal fonte de energia para o organismo.

Relativamente mais importante que os carboidratos, essa família de alimentos fornece quantidades significativas de Vitaminas C e B, segundo a nutricionista Mariana Fróes, do Centro Multidisciplinar da Dor. Como já visto em posts anteriores, a Vitamina C tem papel importantíssimo na prevenção de doenças por fortalecer o sistema imunológico e combater radicais livres, enquanto as Vitaminas do complexo B tem importante função no sistema nervoso central. Além dessas, outras vitaminas e minerais estão presentes de forma peculiar em cada tubérculo, como veremos adiante:

Cenoura: Contém grande quantidade de vitaminas A, B e C. Ela ajuda no desempenho dos receptores da retina, auxiliando a visão, além de participar da manutenção de unhas, cabelos e mucosas em geral. É pouco calórica, fornecendo apenas 30 Kcal a cada 100g do alimento. 

Beterraba: Fonte de ferro, potássio e ácido fólico (Vitamina B9). O ácido fólico é essencial para o desenvolvimento do feto. Além disso, a beterraba é aliada no combate à anemia e às doenças cardiovasculres. Também possui poucas calorias, sendo cerca de 32 Kcal a cada 100g do alimento.

Nabo: Fornece altas quantidades de Vitamina C, cálcio e potássio. Suas folhas devem ser usadas por conter quantidades altíssimas de betacaroteno, um antioxidante muito poderoso que pode ser convertido em vitamina A pelo organismo. Pouco calórico, contém cerca de 18 Kcal a cada 100g do alimento.

Batata: Rica em vitamina C e em todas as do complexo B, principalmente a B6, atua na formação das células do organismo, além de possuir pequena quantidade de quercetina, uma substância que é anticarcinogência. Mais calórica que as anterioses, oferece 80 Kcal a cada 100g do alimento.

Inhame: Excelente fonte de Carboidratos, Vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo. É um alimento de fácil digestão e devido aos minerais presentes, pode ser importante na fortificação de dentes e ossos. Bastante calórico, oferece 97 Kcal em 100g do alimento.

Mandioca: Rica em fibras, também é fonte de licopeno e betacaroteno. É de digestão mais lenta, ajuda no trânsito intestinal. Altamente calórica, possui 125Kcal em 100g do alimento.

Rabanete: Riquíssimo em vitamina C, além de possuir poucas quantidades de ferro e potássio. Promove resistência contra infecções, além de evitar problemas de pele. Pouquíssimo calórico, possui 14 Kcal a cada 100g.

Batata-doce: Rica em vitamina A e carboidratos. Auxilia na saúde das mucosas, previne infecções e auxilia no crescimento. Um pouco calórica, possui 77 Kcal a cada 100g do alimento.


Forma de consumir:

É importante incluí-los na dieta devido às peculiaridades nutricionais de cada um deles. Seria interessante consumir frequentemente um pouco de cada, deixando o prato bem colorido e nutritivo. 

Para deixá-los mais saudáveis, é interessante consumir de forma cru, assada, purês, sopas ou cozidos no vapor.

Cenoura, Rabanete e Nabo, que possuem altas concentrações de vitamina C (hidrossolúvel), seria interessante consumi-los crus, em forma de saladas, para não perder a grande oferta de vitaminas durante o cozimento.

Sobre as quantidades, seria interessante incluir sempre um tubérculo na refeição, ou um pouquinho de cada um deles. Se quiser substituir o arroz ou macarrão ou pão por inhame, batata ou mandioca é permitido, segundo a nutricionista Mariana Fróes. Também pode-se diminuir a quantidade de cada um deles, por exemplo: Ao invés se duas colheres de arroz, come-se apenas 1, juntamente com meia batata cozida. Mas, lembrando: é sempre fundamental um acompanhamento nutricional individualizado para saber as necessidades individuais. As dicas apresentadas aqui são gerais, que costumam ser eficientes para os organismos em geral. Mas cada um possui uma peculiaridade que deve ser analisada por um nutricionista e, aí sim, ter orientações mais personalizadas e, com certeza, mais eficientes.

Só mais uma dica, se você diz que não gosta de algum desses tubérculos ou de qualquer alimento, não custa experimentar de novo! Alguém só pode dizer que não gosta de algo depois de experimentar 14 vezes. É natural o paladar estranhar alguns gostos e texturas que não sejam habituais a ele, mas com o tempo acostuma. Tudo vale a pena por uma saúde melhor!



Referências:
- Revista Viva Saúde - Número 90